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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Será que são os segurados que estão ficando doidos ou não aguentam mais tantos descaso?


Cresce número de agressões a peritos do INSS no Estado

Dois terços dos médicos que atuam na concessão do auxílio-doença sofrem violência

23/06/2012 - 18h12
A Gazeta
foto: Reprodução
Previdência Social
De 2011 para cá, foram registrados sete casos graves de agressão no Estado
Mikaella Camposmikaella.campos@redegazeta.com.br

De um lado, um trabalhador que se diz doente e incapaz de voltar a atuar. Do outro, os peritos do INSS que indicam em suas avaliações que os profissionais afastados estão aptos a retornar à atividade. Nesse embate, os dois lados saem perdendo, principalmente quando o conflito termina em agressão.

Segundo dados da Associação Nacional de Médicos Peritos do INSS (ANMP), dois terços dos médicos que atuam na concessão do auxílio-doença sofrem algum tipo de violência. E o problema só cresce. Na maioria das vezes, os especialistas são vítimas de insultos. Há casos também, em menor proporção, de agressões físicas e até de assassinatos.
Conflito
Principais agressões sofridas pelos peritos– Xingamentos e outras agressões verbais.
– Ameaças de morte
- Agressão física, como socos, puxão de cabelo e pedradas.
– Há pacientes que jogam computadores e os equipamentos dos escritórios no chão para intimidar o médico.
– Outros jogam material corrosivo nos carros dos peritos ou ainda amassam o veículo.

Quem deixa de receber o auxílio-doença– Trabalhadores, que mesmo com um problema de saúde, já têm condições de retornar ao mercado de trabalho.
– Quem está afastado há muito tempo, no atendimento o médico vai avaliar também a recuperação da pessoa.
– Quem não fez o tratamento adequado durante o período de afastamento também pode ter o benefício negado.
O chefe do Serviço de Saúde do Trabalhador, Julius Caesar Ramalho, conta que na semana passada uma perita que atua em Vitória foi atacada por uma segurada.

Na perícia, a médica disse que a trabalhadora estava apta a voltar ao emprego. Revoltada, a mulher agrediu a perita no pátio do INSS. A especialista teve seu cabelo puxado e por pouco não teve sua cabeça ferida por uma pedra. A Polícia Militar foi acionada e a agressora foi levada para as dependências da Polícia Federal, onde ficou detida.

"Quando ocorre um ataque ao perito, o segurado é condenado, em muitas situações, a pagar uma cesta básica ou a fazer trabalho comunitário. Mas agora, o rigor tem sido maior. Muitos peritos conseguem ser indenizados", conta Ramalho.

Do ano passado para cá, foram registrados sete casos graves de agressão a peritos no Estado. Boa parte dos casos porque o segurado recebeu alta.

Sem violênciaHoje, 38% dos requerimentos de auxílio-doença são negados. O delegado no Espírito Santo da ANPB, Jorge Campello, explica que isso ocorre porque nem todas as doenças trazem incapacidade de trabalho.

"A gente trabalha com o conflito ao mexer com o dinheiro. Um benefício prolongado começa a fazer parte da renda daquele trabalhador. E quando o perito verifica que o segurado está pronto para retornar ao trabalho, ele acredita que o médico não está quebrando o galho e está sendo mau", diz.

Campello explica que as responsabilidades do perito não o permitem agir de maneira bondosa. "Não podemos ter coração nessas horas. É um trabalho técnico. Uma perícia mal-feita pode acarretar numa ação regressiva. O INSS pode cobrar do médico o valor pago indevidamente de benefício".

Ao ter o auxílio-doença negado e ao agredir o médico, o trabalhador passa a ter dificuldades para fazer novas perícias. Isso porque toda vez que necessitar de atendimento, a Previdência vai saber o histórico desse trabalhador. O órgão passa a não deixá-lo ser atendido por apenas um profissional. "O trabalhador é monitorado. E ao pedir auxílio-doença, ele terá que passar por uma junta médica", diz Julius Caesar Ramalho.

Outra questão que o paciente deve levar em consideração antes de partir para a agressão é o direito de pedir revisão da perícia, reconsideração, recurso e de mesmo agendar uma nova perícia.

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